A capa da última Veja fala sobre o fenômeno do Twitter, a partir do caso envolvendo o Galvão Bueno. O microblog foi inundado de mensagens com a campanha “Cala boca Galvão”, a ponto de o The New York Times e outros jornais se perguntarem: o quê que é isso? Os tiradores de sarro de plantão inventaram que se tratava de campanha contra a extinção de um pássaro raro, pois em português ‘cala boca’ seria ‘salve’ e ‘Galvão’ seria o nome da dita cuja ave. O Twitter é a face mais recente desse fenômeno em que a notícia se transformou em uma força planetária a partir de uma simples fofoca. Dá o que pensar, não? A seguir os meus comentários e dos alunos do curso Técnico em Comunicação 2010.
Adorei o assunto, afinal estamos vivendo em um momento de fofocas digitais. O twitter que surgiu em 2006 como ferramenta para facilitar a troca de mensagens de trabalho via celular no início era restrito. Quando seus criadores, jovens empreendedores do Vale do Silício, na Califórnia, com o programador Biz Stone à frente da turma resolveram adotar o slogan "O que você está fazendo?" o twitter se apresentou como uma ferramenta que oferecia algo diferente: um canal para as pessoas dizerem ao mundo o que sentem, pensam ou fazem no exato momento em que teclam. A ferramenta para acumular seguidores tinha ares de brincadeira. Famosos disputando para ostentar um grande número de fãs. Em 2009, quando o ator Ashton Kutcher e a rede de TV CNN disputaram tweet a tweet quem atingiria antes a marca de 1 milhão de seguidores e ele venceu, já estava claro que o Twitter não precisava ser apenas um amplificador de vaidades. Hoje são 105 milhões de usuários do Twitter espalhados pelo mundo. Todos os dias, 600 milhões de buscas e 65 milhões de mensagens movimentam a rede. Por mês, são 190 milhões de visitas únicas. Esses números fazem do Twitter a segunda maior rede social do planeta, atrás do Facebook, com mais de 400 milhões de pessoas. No Brasil, a ferramenta é vice-campeã em número de acessos, ao lado do Facebook, com 10,7 milhões de visitantes únicos ao mês, atrás do Orkut, com 26,9 milhões. Aumentou o trabalho para os 175 funcionários que atuam na sede em São Francisco. Gigantes da web já tentaram "abocanhar o passarinho", como o Facebook e o Google. O proprietário Big Stone declarou "O Twitter está focado em desenvolver novas funcionalidades e em permanecer independente".Em quatro anos, o Twitter já provocou impactos na política, nos negócios, na cultura do entretenimento. E provocou até um movimento chamado de "revolução do twitter" quando foram denunciadas fraudes na apuração, e organizados protestos nas ruas de Teerã com divulgação de imagens da repressão policial. "Numa rede como essa, a voz das pessoas comuns ganha enfim dimensão pública", diz Tim Hwang, do Web Ecology Project, centro de estudos sobre a internet da Universidade Harvard.
O Twitter também se mostrou eficaz num contexto político democrático. Nas eleições americanas de 2008, o então candidato democrata Barack Obama fez uso da ferramenta para mobilizar a militância, arrecadar fundos e conquistar novos eleitores. No Brasil, os três principais candidados à Presidência - José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva - tuítam. Com base nos dados do IBGE e do Comitê Gestor da Internet no Brasil, o consultor em marketing digital Cláudio Torres calcula que 18% do eleitorado é formado por jovens entre 18 e 24 anos com acesso à internet - e, portanto, expostos às campanhas on-line.
O mundo empresarial não fica de fora já que tem a mão uma ferramenta poderosa para anunciar e interagir com os consumidores. Uma pesquisa realizada em fevereiro com companhias americanas reflete a tendência. Segundo a Society for New Communications Research, mais de um terço das 500 maiores empresas listadas pela revista Fortune usa o Twitter de forma consistente. Companhias de diversos segmentos utilizam a rede para se relacionar com o seu público de forma mais íntima e instantânea, além de oferecer promoções exclusivas aos seus seguidores.
O caso do Galvão então com a super repercussão mundial mais uma vez reforçou a "bala na agulha" dessa ferramenta.
Acredito que nós, na profissão que abraçamos temos o compromisso de usá-la com sabedoria para nos comunicarmos e também quem sabe provocarmos nossas "pequenas revoluções" a serviço da informação!
terça-feira, 29 de junho de 2010
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